História e mudanças do café conduziram oficina que abriu a programação paralela do 8° Balneário Saboroso
- 17:28
- By OK, Ladies!
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Paixão
nacional, o café faz parte do dia a dia da maioria dos brasileiros.
Porém, no decorrer dos anos, ele se reinventou e hoje tem opções com
chocolate, doce de leite e até paçoca. Essas mudanças foram tema do
primeiro evento da programação paralela do 8º Balneário Saboroso. A
oficina “Do Tradicional ao Especial – As Três Faces do Café” foi
ministrada pelo barista Daniel Munari e ocorreu na noite desta
terça-feira, 11, na Loft Store, com sala cheia.
Daniel
abriu a noite construindo conceitos do café com os presentes. O
especialista, que é consultor e instrutor na Argenta Cafés e
representante da Café Orfeu, contou que o Brasil e o Estados Unidos são
os maiores consumidores do grão do café e apresentou o nível de
qualidade, que pode variar, segundo dados da Associação Brasileira da
Indústria de Café (ABIC) de péssimo (cafés não recomendáveis) a
excelente (cafés gourmet). O nível mínimo de qualidade é a nota 4,5,
dada normalmente aos cafés extra fortes e tradicionais. Já o de nível
superior recebe nota 7, sendo considerado um café ‘bom’, enquanto os
gourmet recebem de 8 a 10, podendo serem ‘muito bom’ ou ‘excelente’.
Ao longo da oficina, Daniel apresentou ao público as três ondas do café e a história dele até os dias de hoje. A primeira é o café como algo usual, uma simples bebida consumida em casa ou na padaria. Já a segunda ganhou
fama a partir do fim dos anos 70, representada principalmente pela fama
da rede de cafeterias Starbucks, conhecida mundialmente. “A empresa
popularizou a máquina de expresso. Se tornou legal sair tomar café.
Porém, com o tempo a bebida começou a perder o espaço, já que foram
inventadas as versões doces, com chantilly, chocolate e até com paçoca,
dentre outros ingredientes. O Brasil vive essa segunda fase, com o
‘boom’ das cafeterias”, explica. Uma curiosidade apresentada por Daniel é
que a receita original do cappuccino, por exemplo, não leva canela e
chocolate. Na verdade, a bebida é feita somente de café e leite. O
barista diz que quem o adoçou foram os argentinos, que utilizam o doce
de leite. A terceira onda iniciou nos anos 2000, com a chegada
dos cafés diferentes, que apostam e investem na qualidade do grão. “Os
produtores torram de forma delicada, podendo adocicá-lo ou até deixá-lo
com notas de fruta, tudo isso de forma natural. Há inclusive cartas de
café, como há as de vinho. As safras passaram a ser únicas, o café deixa
de ser ‘do Brasil’ e se diferencia pelo local onde foi cultivado e pelo
produtor”, ressalta.
A
parte mais esperada da noite foi o momento em que Daniel passou o café.
Ele preparou duas versões das oferecidas pela Orfeu, que é de Minas
Gerais: uma tradicional e outra especial. O barista moeu o grão na hora e
tudo pôde ser observado de perto pelo público. Enquanto preparava a
bebida, Daniel dava dicas, como colocar a água no filtro em movimentos
circulares, para molhar todo o pó e ressaltou diversas vezes o quanto o
grão mais fresco é melhor. “Ele deve ser consumido em no máximo dois
meses. Jamais deve ser colocado na geladeira, pois absorve sabor e fica
ruim. Uma dica é também evitar usar térmicas, o melhor é consumir na
hora, logo depois de ser passado”, afirma.
As
amigas Tânia Pamplona e Roseli Reistenbach participaram da oficina e
aprovaram os ensinamentos repassados pelo barista. Tânia veio de
Blumenau especialmente para a noite, a convite de Roseli, que reside em
Balneário. “Adoramos a programação paralela e inclusive vamos participar
de outros. Além dos restaurantes, que estão com ótimas opções de menus,
ter a oportunidade de aprender mais nesses eventos é incrível”,
disseram.
O
barista aproveitou o momento para agradecer ao Balneário Camboriú
Convention & Visitors Bureau, organizador do Balneário Saboroso, e
ressaltou que é de extrema importância poder discutir temas como o café,
considerando que as versões especiais ainda são novas no mercado. “O
pessoal interagiu bastante. Foi muito bacana. Considerando que o café
está em alta, é tempo de falar o quanto precisamos ser mais exigentes na
hora de consumi-lo. Não existe café bom ou ruim, jamais direi isso, mas
há versões melhores, que custam um pouco mais, mas que valem o
investimento”, completou.
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